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MENSAGEM DO PATRONO DO CONSELHO NACIONAL DE OFICIAIS DA RESERVA

PARABÉNS, SOLDADOS DO BRASIL
Sérgio Pinto Monteiro*

Em 25 de agosto de 1803 nascia, numa fazenda da então Capitania do Rio de Janeiro, o futuro Duque de Caxias, Patrono do nosso Exército. Ícone, inspirador e guia dos integrantes da Força Terrestre do Brasil, Luiz Alves de Lima e Silva foi chamado Caxias quando, no ano de 1841, ao pacificar a Balaiada, recebeu seu primeiro título nobiliárquico, o de Barão, que faz referência à cidade maranhense de Caxias, onde o exército imperial conseguiu uma de suas mais célebres vitórias. Ao longo do Segundo Reinado, Caxias teve a sua posição de nobre elevada para Conde, Marquês e, por fim, ao retornar vitorioso da Campanha da Tríplice Aliança, recebeu a titulação de Duque. Em Caxias emergem os princípios, atributos e valores dos nossos soldados, presentes nos principais contextos históricos do país, desde as primeiras manifestações do espírito nacional brasileiro, consolidado nas vitórias dos Montes Guararapes, até os dias atuais onde a nação procura libertar-se de anos de degradação política, moral e econômica. Festejar o Dia do Soldado, criado para homenagear Caxias na data do seu nascimento, mais que um dever castrense, deveria ser, essencialmente, uma atividade cívico-cultural. Entretanto, nossos heróis autênticos jazem esquecidos neste país onde o sadio e desejável culto aos valores e tradições que forjaram a nacionalidade foi substituído pela ignomínia do “politicamente correto”, predominante na maior parte da grande mídia e dos nossos meios acadêmicos e artísticos. O Dia do Soldado é, em verdade, todo dia. Sem limites de espaço, tempo e local, ultrapassadas, muitas vezes, as capacidades individuais, superadas pelo orgulho do combatente em realizar a missão e exibir a exata noção de cumprimento do dever. O soldado de Caxias é, sobretudo, um vencedor. Desde suas origens, na expulsão do invasor holandês, derramou o seu sangue e, inúmeras vezes, deu à nação o seu bem mais precioso, a vida. A vitória é a sua marca gloriosa. As Forças Armadas brasileiras, onde o Exército simboliza o “Braço Forte e a Mão Amiga”, são reconhecidas pela população como a instituição de maior confiabilidade no cenário nacional. O General Gleuber Vieira, antigo Ministro e Comandante do Exército, destaca, em sua histórica e atualíssima Ordem do Dia, de 2001, intitulada “Quanto Custa Ser Caxias”:

“Ainda presente, Caxias vibra com a excelência do trabalho dessa gente, da ativa e da reserva, que não desveste a farda, mantendo a lealdade em todos os sentidos, a camaradagem e o espírito de cumprimento de missão. Seus soldados representam todos os segmentos sociais, preservam o respeito e a admiração dos brasileiros pelo Exército” … “Custa ser Caxias, sim, quando a violência pode ameaçar a segurança e a paz social, enaltecer e favorecer ladinos, entronizar espertos e constranger virtuosos cidadãos. Porque a violência manifesta-se, muitas vezes, sem o desembainhar de sabres. Ela vem sob a cobertura de causas nobres, em cujo abrigo muitos pregam e praticam a agressão à lei e à ordem constituída, ao arrepio dos interesses nacionais.”

Também muito atual, em outra expressiva Ordem Dia, o General Enzo Martins Peri, então Comandante do Exército, sabiamente ensina:

“Prontidão é a palavra-chave. Sabemos que, sempre que houver perigo e a situação o exigir, seremos chamados.”

Por isso, o enorme esforço desenvolvido pela Força para manter a tropa pronta, eficazmente adestrada, bem armada, adequadamente equipada, capaz de se fazer presente, a qualquer momento, em todos os rincões da Pátria, no cumprimento de suas missões constitucionais.

O legado conciliador de Caxias, o Pacificador, permanece vivo na Força Terrestre, mesmo hoje quando maus brasileiros, camuflados de democratas e defensores do estado de direito, violentam o nosso arcabouço legal e a vontade soberana do povo brasileiro, gerando no país uma nefasta e perigosa instabilidade político-institucional. O espírito do Pacificador gera tolerância, paciência, grandeza, compreensão e capacidade de perdoar. Mas, também, firmeza, decisão, energia, coragem, retidão de propósitos, nobreza de ideais, culto à verdade e um inquestionável amor ao Brasil.

O Exército atual é a mesma nação em armas do passado. O soldado de hoje em nada difere dos militares de ontem. Seus princípios, valores e atributos são imutáveis. Nós, hoje na Reserva, num passado recente ou mesmo longínquo, contribuímos – muitas vezes com sangue e até com as próprias vidas – para a formação do Exército dos nossos dias, numa cadeia de ações e procedimentos que, certamente, terá a sua continuidade assegurada pelas novas gerações de militares.

A nação sabe que pode confiar nos seus soldados. Somos nós, da ativa e da reserva – remunerada ou não – que garantimos a liberdade do nosso povo e a soberania da Pátria. Na Ativa, cabe-nos, diuturnamente, a preparação para o combate. Exércitos não se improvisam. E a história registra, inexoravelmente, que as nações sempre os possuem. Os seus Exércitos, ou os do invasor. Estamos na era do conhecimento. A formação e a atuação do soldado cibernético do século 21 necessitam do apoio de governos – e da sociedade em geral – na obtenção dos recursos adequados para que as Forças Armadas estejam sempre à altura de suas missões. Na Reserva, constituímos forte fator de dissuasão, bem como desempenhamos relevante papel de liderança na sociedade brasileira. Unidos, somos imbatíveis.

PARABÉNS HERDEIROS DE CAXIAS, SOLDADOS DE HOJE, DE ONTEM, DE SEMPRE!

*O autor, 82 anos, é professor, historiador e Oficial da Reserva do Exército. Além de Patrono e fundador do Sistema CNOR, é membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, da Academia Brasileira de Defesa e do Instituto Histórico de Petrópolis; é presidente do Conselho Deliberativo da ANVFEB e vice-presidente da Liga da Defesa Nacional – RJ. O artigo não necessariamente representa o pensamento das entidades mencionadas.

AspMarcelino

Diretor de TI do CNOR